
alergia e cotidiano
alergia no idoso
Nos últimos anos aconteceram notáveis avanços na medicina, o que aumentou consideravelmente a expectativa de vida da população. A consequente maior quantidade de idosos espelhou também no aumento de doenças que não eram tão comuns antigamente, como o câncer e as doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
Outras doenças ditas crônicas como as alergias, principalmente a asma brônquica, apesar de comuns a todas as idades, tendem a serem mais frequentes e graves nos idosos.
Na terceira idade a asma é caracterizada por ser menos reversível do que nos indivíduos jovens, ou seja, mais difícil de controlar. Isto acontece, pois a repetição das crises asmáticas, com o passar do tempo, pode resultar no chamado remodelamento brônquico, que agrava a obstrução no pulmão característica da asma. Outro ponto que explica esta maior gravidade no idoso são os prejuízos naturais que ocorrem com o envelhecimento, como o acúmulo, durante a vida toda, de exposições a poluentes ambientais e a micro-organismos infecciosos, a diminuição da funcionalidade dos brônquios e da força dos músculos respiratórios, o ressecamento das mucosas no nariz e traqueia e a perda de eficiência das defesas imunológicas.
Os idosos possuem também uma maior probabilidade de terem outras doenças não alérgicas e estarem em uso de medicamentos para estas doenças, como, por exemplo, doenças cardiovasculares, o que pode piorar consideravelmente as suas alergias. Por isso, o diagnóstico e manejo da asma, rinite e outras alergias nessa população etária deve ser feita de forma cuidadosa pelo médico alergista.
O tratamento das alergias na terceira idade tem que ser realizado levando em consideração os outros medicamentos que possam estar em uso pelo idoso, para não ocorrer a chamada interação medicamentosa. Um dos casos mais comuns é o uso de medicamentos bloqueadores beta-adrenérgicos, como o propranolol, e de inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina), que são capazes de interferir na ação da adrenalina, utilizadas para tratar casos de anafilaxia.
A limpeza do ambiente do idoso também é um ponto bem importante, principalmente o domiciliar, pois eles tendem a ficar mais tempo dentro de casa. A atenção deve ser redobrada no quarto de dormir, devendo-se evitar tapetes, cortinas e a presença de animais de estimação e deve-se limpar e arejar periodicamente o cômodo para evitar o crescimento de ácaros e mofos.
O fato é que o manejo das alergias na terceira idade melhorou muito nos últimos anos. Conhecendo bem as características e a intensidade das alergias no idoso é possível sim controlar os sintomas e a evolução das doenças, garantindo a saúde e a qualidade de vida dos pacientes nesta faixa de idade.