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doenças alérgicas
Choque Anafilático

anafilaxia e choque

A anafilaxia ou reação anafilática é o evento de maior emergência no universo das alergias. O termo é derivado das palavras gregas "ana" (que significa "contra") e "phylaxis" (que significa "proteção"), ou seja, “contra proteção”. Como o nome sugere, a anafilaxia é um quadro clínico caracterizado por um desiquilíbrio intenso do sistema de defesa do corpo, que passa a responder á substância alergizante (alérgeno) tão rapidamente e intensamente que causa uma série de sintomas graves por todo o corpo que podem, inclusive, serem fatais.

A frequência de ocorrência dessas reações é considerada rara, mas sabe-se que é subestimada, pois casos mais leves de anafilaxia muitas vezes não são relatados pelos pacientes.


A anafilaxia ocorre quando o corpo entra em contato com o alérgeno o qual é sensível. Esse encontro resulta em alta produção de anticorpos do tipo IgE, além de substâncias como a histamina que agem de forma sistêmica, ou seja, por todo o corpo, provocando os sintomas. Uma característica marcante da anafilaxia é a rapidez e na grande maioria dos casos irá ocorrer segundos a minutos depois de a pessoa entrar em contato com a substância. Há um pico em 15 a 30 minutos e depois diminui de intensidade até cessar, podendo terminar completamente até horas depois.


Saber exatamente qual é o alérgeno desencadeador é essencial para o indivíduo alérgico evita-lo e, em consequência, o aparecimento de tais reações graves. Saber identificar quais os possíveis sintomas é essencial para, assim que eles iniciarem consiga-se procurar, o quanto antes, o socorro médico e a medicação de emergência para evitar o agravamento do caso.

Alérgenos que podem causar as anafilaxias:

Na teoria, todos os alérgenos são capazes de causar reações graves e isso depende da intensidade da sensibilidade da pessoa a essa substância e da quantidade de alérgeno que ela entrou em contato. Entretanto, é sabido que determinados agentes desencadeiam mais frequentemente a anafilaxia, principalmente quando injetados, como, por exemplo, o veneno de insetos, que são inoculados por insetos picadores, alguns medicamentos, que podem ser aplicados através de injeções intramusculares, além de contrastes radiográficos. Os principais medicamentos sensibilizantes são os antibióticos (como a penicilina), os anti-inflamatórios (como a dipirona) e os analgésicos.


Alérgenos ingeridos também podem ser perigosos, principalmente alguns alimentos (ex.: camarão), além dos medicamentos já citados acima, na forma de comprimidos ou cápsulas. Tais alérgenos ingeridos normalmente geram reações menores que não alcançam a magnitude de choque anafilático, como sensação de mal-estar, tonteira, aumento discreto da transpiração e, principalmente, uma urticária súbita imediatamente após a ingestão de uma dessas substâncias.


Os alérgenos inalados, como os ácaros e a poeira, raramente causam anafilaxias e geralmente estão associados a crises de asma grave não controlada. Uma exceção é o látex, que na forma de talco em pó fino, como o presente em luvas, bolas de encher e preservativos, podem ser inalados e são frequentes em desencadear as reações graves.


Uma curiosidade é o papel do exercício físico no aparecimento das anafilaxias, em alguns casos, realizar exercícios após o contato com o alérgeno pode piorar o quadro de reação a ele, favorecendo o desenvolvimento dessas reações anafiláticas.


A identificação do alérgeno, na maioria dos casos, é feita pela própria história clínica do paciente (ex.: se a reação ocorreu após a picada de uma abelha), mas diagnósticos na pele e no sangue podem ser importantes. Com essa identificação o indivíduo poder tomar medidas preventivas para evitar o contato com o alérgeno.

Sintomas da anafilaxia e tratamento:

As crises anafiláticas podem ser leves ou graves e, dependendo do caso, pode levar à perda de consciência e até a morte. As anafilaxias mais graves são normalmente chamadas de choques anafiláticos.
Os sintomas variam bastante de pessoa para pessoa. Alguns indivíduos sentem sintomas iniciais subjetivos como ansiedade, calor e formigamento generalizados. Logo depois vêm sintomas na pele de vermelhidão e que podem evoluir rapidamente para problemas no corpo todo como urticárias, angioedemas, edemas de laringe (da glote), congestão nasal, espirros, broncoespasmos, desorientação, incontinência fecal e urinária, insuficiência renal, náuseas, vômitos e cólicas. O choque anafilático, evento mais grave, pode ter a presença de problemas cardiovasculares, arritmias cardíacas, queda da pressão arterial, infarto, deficiência de irrigação cerebral, perda de consciência, coma e morte.


Esta cadeia de eventos trágica pode ser evitada pela aplicação de medicação de emergência, injeção intramuscular de adrenalina (também chamada de epinefrina) que é normalmente feita no músculo da coxa.


A adrenalina é um hormônio produzido normalmente pelo corpo quando há momentos de medo e de euforia, causando aumento de pressão sanguínea e da frequência de batimentos cardíacos, além de diminuição de secreções pelo corpo como o muco e os inchaços gerais (edemas). Essa adrenalina natural ou as na forma de medicamento, de modo geral, evitam que o indivíduo perca a consciência e pare de respirar. Por ser um hormônio, ela age rápido no corpo todo e isso é essencial nas anafilaxias.

 

A adrenalina injetável está disponível em hospitais e em postos de emergência, mas para pessoas com histórico de anafilaxia grave é recomendado ter sempre a adrenalina em fácil acesso, junto a si. Uma opção é a compra das auto injetáveis, chamadas de canetas de adrenalina. Infelizmente, aqui no Brasil tais canetas tem que ser importadas, com um custo relativamente alto.

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