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doenças alérgicas
Urticária e Angioedema

urticária e angioedema

A urticária é uma erupção na pele, formada por pontos ou placas salientes e esbranquiçadas (pápulas), de tamanho variável, com poucos milímetros até vários centímetros. São normalmente bem delimitadas, com coceira (prurido) intensa. Uma característica importante é que as pápulas cedem à pressão (quando se “estica” a pele, a lesão deixa de ficar evidente).

As placas de urticária podem ser localizadas, situadas em determinada parte do corpo, ou disseminadas por todo o indivíduo. Uma característica importante da urticária é o fato de as pápulas serem temporárias, pois evoluem em algumas horas e desaparecem sem deixar vestígios, sendo substituídas por outras lesões iguais em outras áreas do corpo. Dependendo da região do corpo, a urticária toma aspecto diferente: Nas
palmas, plantas e couro cabeludo, havendo pouco tecido subcutâneo, são menores e mais duras. Nos lábios e pálpebras, onde o tecido é flácido, formam inchações moles e é chamada de angioedema.

 

Os angioedemas podem ou não aparecer junto das urticárias. Alergias a alguns medicamentos, como analgésicos, anti-inflamatórios e dos inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), por exemplo, são casos comuns de aparecimento de angioedemas sem a presença de urticas.

 

As urticárias e os angioedemas podem ser de origem alérgica ou não. Algumas infecções virais, por exemplo, podem causar urticárias, sem qualquer relação com alergias. Algumas doenças autoimunes e reumatológicas também podem estar associadas com o aparecimento de urticas. Além disso, existem também as urticárias do tipo crônicas, ou seja, com ocorrência repetitiva na pessoa, muitas vezes sem causa definida (urticárias espontâneas), mas que podem ser provocadas por fatores banais e comuns do dia a dia como, por exemplo, mudança de temperatura do corpo (pelo frio, pelo calor ou após exercícios físicos), por pressão e/ou arranhões na pele (dermografismos), ou a rara urticária aquagênica, desencadeada pelo simples contato com a água.

 

No caso do angioedema, há uma condição não alérgica em que ele pode aparecer, chamado de angioedema hereditário. Esta é uma doença genética rara onde o corpo passa a produzir muito uma proteína chamada bradicinina que acaba por causar, de forma crônica e periódica, o aparecimento de angioedemas pelo corpo. Como não há um caráter alérgico nesses angioedemas, o uso de medicamentos antialérgicos, corticoides e mesmo a adrenalina não aliviam os sintomas, sendo necessário o uso de tratamentos específicos.

 

Nas urticárias e angioedemas do tipo alérgicos, há uma reação do sistema imunológico a substâncias estranhas (alérgenos) ao corpo, desencadeando a liberação de histamina e outros fatores alérgicos que causam a inflamação na pele e na mucosa. São manifestações dita sistêmicas, pois a causa são alérgenos que entram no organismo por uma via, por exemplo a oral (ex.: ingestão de um alimento), mas que acabam por resultar em sintomas disseminados por toda a pele da pessoa. As reações alérgicas são ditas imediatas, ou seja, ocorrem minutos até no máximo 2 horas após o contato do indivíduo com o alérgeno.

 

Um ponto de atenção é o fato da urticária e do angioedema alérgicos poderem ocorrer associados a outros quadros sintomáticos, que podem ser leves como espirros, enjoos e dores abdominais, até mais graves, como o edema de glote (angioedema na mucosa da laringe, na garganta) podendo resultar em falta de ar, além da anafilaxia, condição grave que envolve quedas da pressão arterial, perda de consciência e até paradas cardiorrespiratórias. Nesses casos, se faz crucial o socorro médico imediato e a aplicação de medicamento de emergência, principalmente a adrenalina.

 

Os alérgenos mais comuns incluem certos alimentos (como oleaginosas, frutos do mar, leite e ovos), picadas de insetos, medicamentos (como penicilina e aspirina), látex e substâncias químicas (como aditivos alimentares). No mais, há outros fatores, além dos alérgenos, que são capazes​ de desencadear ou piorar o quadro de urticária, como exercícios físicos, ambiente muito frio, infecções microbianas e parasitárias e
emotividade alterada. Porém, em muitos casos na clínica, a causa da urticária acaba sendo desconhecida.

 

O diagnóstico da urticária é principalmente através da história clínica do paciente, além de testes alérgicos para se identificar os alérgenos responsáveis pela crise. O tratamento inclui o uso de compressas frias sobre a pele afetada e o uso de medicamentos antialérgicos e corticosteroides, mas a principal medida costuma ser retirar e evitar um novo contato do indivíduo com o alérgeno desencadeador das crises.

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